Antonio Ysmael deixou Mossoró rumo à Cidade Maravilhosa em 1976 com um objetivo de vida: fazer teatro, cinema e televisão. "Eu fui, mas não tinha noção de como era difícil", diz. Passando por dificuldades, o ator tentou ganhar a vida como porteiro, garçom e acompanhante de cego na praia de Copacabana.
Nos primeiros anos, Ysmael começou com figuração em novelas como "Sem lenço e sem documento", "O Astro", "Duas vidas" e "Feijão Maravilha". Diante da dificuldade de conseguir um papel melhor, o ator viu a necessidade de se preparar com cursos de teatro. "Fui atrás de cursos de especialização em arte dramática, pois estava limitado a esses pequenos papéis se não estudasse".
Foi somente em 1978 que a profissão de ator passou a ser reconhecida por lei federal e Ysmael conseguiu o registro de ator profissional pelo Sindicato dos Atores, no Rio de Janeiro. Mas, os bons papéis só vieram cinco anos depois. O primeiro contrato foi com a novela "Escrava Isaura". "Depois disso, as portas foram se abrindo e os trabalhos foram surgindo um atrás do outro", revela.
O auge do seu sucesso surgiu quando foi escalado para fazer um papel na minissérie "O Bem Amado", a primeira novela a ser exibida em cores no País. Paralelo a isso, Ysmael foi cantar na noite para ajudar nas despesas, pois o salário de ator estava limitado a pagar as contas básicas. Assim, o ator foi construindo carreira, chegando a participar de 16 novelas em toda sua trajetória profissional. O sucesso mais recente foi em "A Padroeira", novela exibida pela Rede Globo.
Em 1986, Antonio Ysmael participou de sua primeira peça teatral, uma adaptação para o Nordeste da peça Romeu e Julieta. Depois fez a "Morte do Caixeiro Viajante", "O Auto da Compadecida", "Antígona", entre outros. Um dos grandes sucessos foi "Viva o Cordel Encantado", uma homenagem a Luiz Mendonça, que introduziu a literatura de cordel no teatro, no Rio de Janeiro.
FONTE - JORNAL O MOSSOROENSE